23.11.07

Noite

Fito o céu
a procura da estrela cadente
os olhos desenham idas e vindas
dispostos a sacrificar uma estrela
pelo brilho da tua...



em silêncio...














...observando as constelações
te vejo nessa moldura celeste
a procura da estrela que me atenda...

11.7.07

Falta de necessidade...

Nos gemidos desesperados
todos sinceros
alguns sinceramente revoltantes
poucos procedentes... torturantes
gemem de verdade
gemem por necessidade
e pela maldade
de quem geme por nada!!!

8.7.07

O amor sem definição

Não tenho vocação para poeta
não gosto de versos com negação
a palavra ódio não combina comigo
embora odeie quem é desonesto por vocação...

viola minhas leis quem não ama
embora o amor seja tão
violável?

violável, violento
voluptuoso, valente
virgem Vagabundo
venenoso, vulnerável
vistoso!!!
e mais...

uma definição que não me vem
que não é com vê
é... essencial mas é vitorioso...

pretensão resumir a uma palavra
o que me faz proferir feito um louco
me redimir dos piores erros
dormir sonhando, sobre os mais duros chãos
correr mais, muito mais do que os pulmões deixam
morrer vinte vezes e sorrir...

não deixo de amar, mesmo não sendo de grandes ganhos
jardim florido, nem que seja prá mim mesmo
cedo ou logo mais
vêm suspirar os perfumes que cultivo...

14.6.07

Contigo

Hoje eu não viria
de que jeitio ficar de braços cruzados
se o sentimento mal cabe no peito

vim dizer que bem te quero
e te quero muito bem...
que sonho e acordo e durmo e ponho os sapatos
e me viro e vivo...
contigo...

13.6.07

Eu quero...

De novo o vento traz teu perfume
e os lampejos o sorriso
já não desconcentra
cataliza e perfuma e colore

pode que demore
eu espero
pode que te afaste
eu te sigo
vai que me namore
eu quero...

12.6.07



E o artesão vai tecendo...
pinta e cria a realidade
aquela que mais lhe convier
faz com força
pinta convicto o que a luz ou a falta dela
não lhe deixa vislumbrar...

Perfume virtual vestido de sonhos...

Convicto ainda briga consigo
cai no descrédito de todos na vizinhança
menos no seu
o único que importa realmente
ninguém criará nada para proteger-lhe da chuva a não ser suas próprias mãos
do barro fez-se arte e assim seu telhado
tecido e quebrado
moldado e pintado
até que as gotas do desdenho não penetram em su'alma...
ajeita cuidadoso o tecelão enlouquecido
mais um demente pintando o ilusório
até que acontece o impossível
e os risos de chacota viram meros amarelecidos e boqueabertos
ninguém creu nele a não ser ele
e é o que realmente importa
hoje ele descansa
é primavera na varanda do seu casebre
simples como quatro paredes
mais feliz do que mil delas...

Fora tateando que andara boa parte do caminho
mas convicto...

23.5.07

Cabe a mim

Ao mar e à montanha
ao bar, ao futebol
ao templo e ao hospital
buscar não é preciso

indecente, inconstante
cotidiana, editável
graças a Deus
montanha russa?

felicidade e insatisfação
chimarrão e rúcula
tudo meu

cabe a mim
ser um número
ou eu mesmo...

15.5.07

Vertigem

Atordoamento
desespero boca afora
vertigem dominada pelo alerta do medo
olhos vidrados

sulco entre o que pode e o que não se deve
um passo em falso
um século de azar
almas preparadas

quarentena de deleite
queimaram os parâmetros
não existe mais certo e errado

navegando no ego alheio
uma igualdade impressionante
de corpo são e alma leve...

Sentimento

Em um tema vejo
a chuva de hoje e o calor de ontem
variável como tudo o que é vivo
variável como o que sinto por ti...
hoje cresce...
amanhã já aumentou...

Elixir?

Meu mal é não te entender
e meu bem é esse mesmo
apreende minha atenção
apaixona meu coração
aprisiona e mata o tédio...