12.6.07



E o artesão vai tecendo...
pinta e cria a realidade
aquela que mais lhe convier
faz com força
pinta convicto o que a luz ou a falta dela
não lhe deixa vislumbrar...

Perfume virtual vestido de sonhos...

Convicto ainda briga consigo
cai no descrédito de todos na vizinhança
menos no seu
o único que importa realmente
ninguém criará nada para proteger-lhe da chuva a não ser suas próprias mãos
do barro fez-se arte e assim seu telhado
tecido e quebrado
moldado e pintado
até que as gotas do desdenho não penetram em su'alma...
ajeita cuidadoso o tecelão enlouquecido
mais um demente pintando o ilusório
até que acontece o impossível
e os risos de chacota viram meros amarelecidos e boqueabertos
ninguém creu nele a não ser ele
e é o que realmente importa
hoje ele descansa
é primavera na varanda do seu casebre
simples como quatro paredes
mais feliz do que mil delas...

Fora tateando que andara boa parte do caminho
mas convicto...

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