19.7.10

Aurora

A aurora anuncia-se
porém tímida, embebida pelo cinza
o galo anuncia a manhã
berrando mesmo...

o guerreiro
de campana até muito
desperta e retorna
o corpo pesa
abalroado à cama por meio d'alma

estive contigo
a batalha travou-se entre o querer e o poder

quero tanto que quando penso
me vêm as lembranças mais improváveis
ilusão do cavaleiro
que
ou cavalga a trote
ou empunha a espada e o escudo

estúpido amante
que ainda tenta erguer-se

se o tempo firmar eu fico, durmo e moro
caso a taipa não segure os trovões
eu amarro, cubro, conserto...

goteiras de sentimentos carinhosos espalhadas por todo o rancho
frestas enormes deixam nu o quarto, a pele...
o coração...

Um comentário:

Kátia disse...

Deste poema, o que dizer é muito lindo, cheio de sentimento. Fico sem palavras.